sexta-feira, 20 de junho de 2008

Carpinejando


Como ando em falta com a cozinha e em excesso com a faculdade, vim mostrar pra vocês algo que tenho feito (além de bolos, claro).
Neste semestre, estou matriculada em uma turma de literatura que estuda poesia contemporânea. Caí lá meio por acaso. Não sabia do que a disciplina trataria. E muito menos que é uma matéria da pós-graduação. Durante o semestre todo, eu disse que " se soubesse, não teria me matriculado". Não, as aulas não eram ruins. O negócio é que eu sou voltada pra lingüística; meu trabalho final é sobre uma língua indígena. Adoro ler, mas quase nunca escolho ler poemas. Eu até gosto dos contemporâneos; tem os bem-humorados, como o Nicolas Behr, de Brasília. Mas ler é uma coisa. Estudar e analisar é outra. E não é coisa para mim.
No fim das contas, acabei me surpreendendo. Tive que fazer um trabalho de análise dos poemas de algum poeta contemporâneo, o que se tornou a minha dor de cabeça nos últimos meses.
Escolhi Fabrício Carpinejar. Por quê? Porque foi o primeiro nome que veio na cabeça. Tinha lido poucas palavras dele. Nome escolhido, fui explorar mais. Acabei tendo mais contato com os textos dele, no blog, que é muito bom. Escolhi mais ou menos o tema, e fui na Cultura para achar um livro que poderia ter o que eu procurava. Escolhi Meu filho, minha filha. Confesso que demorei um tempo pra abrir o livro. Até que numa terça ou quinta, na última fileira de um anfiteatro, durante uma aula de sociologia, eu comecei a ler o livro para, enfim, selecionar uns 4 poemas. Li o livro inteiro ali mesmo. Queria selecionar não só 4, mas todos as poesias. É um livro muito bonito. Tem umas imagens (não no sentido literal) lindas, outras geniais. Ele tem 2 filhos: uma menina e um menino, que é 8 anos mais novo que a irmã. A filha mora com a mãe e o filho, com ele. O livro trata dessa questão de pais separado, da criação descontínua, do convívio, do dia-a-dia, de lembranças da infância etc. Lindo demais. Ler a poesia dele é como ler as prosas no blog, e ler o blog é como ler a poesia.

Fabrício Carpinejar tem uma sensibilidade incrível. Sabe mesclar bom humor, sabe encontrar o que há de grandioso nos pequenos detalhes e sabe falar de sentimentos e amor com uma delicadeza ímpar. E tem uma alma masculina :)
Ah sim! Acabou que o trabalho deu certo, a professora gostou da minha leitura dos poemas e disse que quer me apresentar pra ele :D
Ele estará em Brasília, no CCBB, dia 2 de julho. Junto com minha professora, Sylvia Cyntrão. Ó que legal!
Poesia no Jardim da Filosofia
Centro Cultural Banco do Brasil
Viviane Mosé convida Fabrício Carpinejar
Mediação: Sylvia Cyntrão Fabrício
Carpinejar comenta suas crônicas e poemas, e faz uma interpretação toda especial.
Horário: 19h30 às 21h30
Local: Jardins do CCBB Brasília, próximo ao Bistrô Bom Demais, com vista para a ponte JK. Entrada Franca
Informações: (61) 3310-7087

3 comentários:

Lua Limaverde disse...

Carla, que bacana! Não sei se já te contei, no meu curso de Letras acabei desistindo do inglês e fui para a Literatura, é apaixonante! Por falar nisso, se você puder participar do evento que estou promovendo, passa lá no blog, tem tudo a ver. Beijinho!!!

Sil disse...

dia do seu noivadommm!

Agdah disse...

Menina, eu também adoro linguística. Quando estava na faculdade fiz um semestre de Tupi-guarani e achei muito interessante.